sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que escrevo?

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto {…} De resto, com que posso contar comigo? Uma acuidade horrível das sensações, e a compreensão profunda de estar sentindo… Uma inteligência aguda para me destruir, e um poder de sonho sôfrego de me entreter…”
O Livro do Desassossego
Fernando Pessoa

Nota: Percebi que com esses tempos de internet, algumas coisas se perderam, uma delas, e que eu aprecio muito, são as cartas. Tenho cada carta que recebi, de amigos de dentro e de fora do país, me orgulho da minha coleção com cheiro de papel velho, algumas folhas amareladas e por vezes gastas de tantas vezes que li. Dos selos bacanérrimos, das palavras sinceras, do gesto de carinho de ir até uma caixa para depositar. Sei que muitas das cartas tem um papel importante: afastar a saudade. E que não é apenas tinta e folha, mas sim, escolhas: escolha das canetas, das possíveis cores, dos possíveis cheiros, da cor da folha, da figurinha que pode vir junto, das lindas fotos. Enfim... tenho saudade de receber cartas. Escreverei mais cartas, pode parecer brega, mas é adorável, pensar em tudo que se pode pôr dentro do envelope... sou uma velha saudosista.

Um comentário:

Tanto disse...

Comecei no Twitter um movimento, #mandeumacarta! 10 pessoas me manadarma endereços e vou escrever cartas. Depois, se quiserem, me responderão. Saudades de cartas.