terça-feira, 7 de abril de 2009

a hora da bobagem

Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal.
Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação.

Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos, disse-lhe:

- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinqüagésima potência que o vulgo denomina nada..

E o ladrão, confuso, diz:

- Dotô, resumino, eu levo ou deixo os pato?'

Um comentário:

Guilherme Gomes Ferreira disse...

Fico abismado ante a paca noção do sujeito inserido no texto de entender com domínio e plenitude a nossa tão inigualável lingua pátria.


tradução: adorei a resposta do ladrão, hahahaha, fiquei bege (/modo gay on]) :PP